Renascimento
“Imerso nas profundezas do seu próprio ser existem tesouros, qualidades e níveis de consciência inexplorados. Esse potencial luminoso adormecido precisa de espaço para desabrochar. É um momento sagrado que essa essência profunda aflora e com ela novas possibilidades. É como se nascêssemos de novo, dessa vez dando a luz a nossa própria alma. Em geral acontece pós período difícil. É nesse momentos que a alma encontra espaço para se manifestar. Todas as dificuldades que você atravessou tiveram a finalidade de te preparar para esse momento. Chegou a sua hora de nascer mais uma vez. Você está vivendo um enorme salto de consciência, sendo conduzida em direção a um estado de paz nunca atingido antes. Neste exato momento existe energias angelicais ao seu redor, facilitando o seu renascimento. Uma nova vida, mais plena, mais verdadeira e mais feliz. Confie e se entregue sem medo. Despeça-se da velha vida, pois lindos milagres estão para acontecer.”
Uma linda anja me mandou essa mensagem. Sinto que tenho muitos anjos que me acompanham nessa vida terrena. Encarnada nas pessoas que estão ao meu redor. Adriana me surpreende com esse presente. Quando estava me recuperando da cirurgia a Dri também esteve lá em casa para cuidar de mim, emocional e espiritualmente. Naquele momento ela abriu uma carta: Coragem. Bem condizente.
E agora no meio da minha aula de culinária em Siena recebo essa linda carta de Tarô via celular, com a linda imagem: Renascimento. Uma mulher ressurgindo das águas cor de rosa.
Estamos bem sincronizadas. Na manhã pensava no que li sobre a Renascença. Um período para recomeços. E cá estou eu no berço do renascentismo. Sem falar que estava com muita vontade de falar com a Adriana mas me dei conta que ainda era madrugada no Brasil. Acho que ela recebeu a ligação “telepática” e respondeu.
Eu gosto muito de abrir cartas de tarô quando estou vivendo um momento importante, difícil ou de transição. Acalenta, ilumina e as vezes mostra caminhos. Pensei em trazer meu tarô para viagem, mas pensei que era mais um peso para carregar. Só não contava que teria uma anja a iluminar meu caminho mandando mensagem para me ajudar a significar essa experiência.
E parece que as palavras do tarô angelical resumem meu momento. Uma paz antes não sentida depois de um período difícil. Tenho me sentido muito calma, em paz. Costumava ser uma pessoa ansiosa, que pensava em muitas coisas ao mesmo tempo, planeja o futuro, como se com isso conseguisse garantir os resultados. Em parte ajuda sonhar e planejar, penso eu. Mas sem colocar muita energia no que está à frente. A energia precisa estar onde estou agora. Esse era o exercício. Agora vivo essa realidade. É assim que estou. Aqui e agora.
Não estou ansiosa com o que tenho por ver. Estou bem conectada com o que estou sentindo a cada momento. Falando em termos práticos, por exemplo, um dia tinha em mente que visitaria uma museu e uma torre, mas depois do almoço sinto uma moleza. Minha vontade é outra. Mesmo sabendo que é meu último dia e não terei outro para ver esse museu. Respeito, sigo o meu ritmo interno não o mental, meu corpo não quer ver museu naquele momento. Então a vontade momentânea guia meu roteiro. Acho um banco e deito ao lado de uma pantera que solta água pela boca, mantendo o som de água corrente contínuo ao meu lado, lá descanso por horas lendo um livro. Esse foi o turismo, apenas estar lá. E essa é a lema que dita a Renascença, “carpe diem”. E assim sigo aproveitando o dia.
Não foi a primeira vez que sinto que renasci. A outra também depois de um momento difícil. Momentos de ruptura, separações tiram tudo do lugar, revolvem o terreno por isso são férteis. Nesta outra vez depois de estar na presença de Vera Kohn apertando minha barriga e me mandando deixar a vida entrar. E obedeci é claro. Uma velinha, naquela época de seus quase 90 anos, eu no chão, ela em pé inclinada me apertando, tive que obedecer. Deixei a vida entrar. E cheia de vida me rebatizei na cachoeira, mergulhada pelos braços de Jean Yves Leloup e Roberto Crema. Naquele momento escolhi outra madrinha para essa nova vida – Adriana.
Essa é uma carta de amor e gratidão pra você Adriana por sempre me acompanhar e me cuidar. E por ajudar a me prepara para essa jornada, como minha mãe disse, Jornada da Heroína.
Eu e Dri somos colegas de formação e ela me atendendo em uma última sessão antes de eu parti teve uma sacada, pra mim, naquele momento fenomenal. Eu querendo controlar a tudo, com medo, estava fragilizada física e emocionalmente, pela cirurgia no nariz, dizia que precisa estar atenta, pois estaria sozinha e precisa me cuidar, e isso, e aquilo. Como se alguém pudesse estar totalmente prepara para tudo o que a vida trouxer. A ingenuidade. E Adriana falou ok, antes de começar, imagine que está em um carro, uma Mercedes, está bom pra você? Claro. Que cor? Vermelha com dourado. Lá estava eu imaginando dirigindo uma linda Mercedes conversível, toda poderosa. E ela continua, mas você está no banco de traz. Como que adivinhando que eu já me imaginava ao volante. Foi quase um choque, e ela, continua, um motorista maravilhoso te conduz, e você vai atrás. E a partir daí que começamos o trabalho. E eu pude relaxar. E entendi que eu precisava confiar no fluxo da vida e na minha capacidade de me adaptar ao que aparecesse. Que tinha um comandante, que é o tempo, o destino, o vento... que fazem o seu trabalho. E às vezes precisamos nos deixar ser conduzida. E se eu estava me lançando no mundo, no nada, sem muito motivo, precisa confiar que esse movimento era da alma e não da cabeça.
Como a Cris disse, papeando pelo MSN enquanto já estava aqui, “Ly você viu que os balões foram um símbolo perfeito para esse seu momento de se soltar...”
Então sigo me soltando nesse mundo, ouvindo os anjos e quando em vez conversando com eles... vuuuuuuuuuuuuuuu!
AMEI
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