Vou encontrar com meu primo, Matheus Joffily, que está trabalhando como pesquisador no Norte da Itália. Ele pesquisa as emoções e seus correspondentes fisiológicos. Bom, temos alguns assuntos em comum. Mais ainda quando no dia seguinte vamos buscar sua namora Belga e descubro que ela é psicóloga.
Quando deixei Riomaggiore, alguns pingos já caíram sobre mim anunciando a virada do tempo. Depois de dias de absoluto sol, chego a Trento debaixo de uma tempestade. Passei o dia no trem. Trens! Porque tive que pegar 4 e demorei 9 horas para chegar aqui. Ainda passando mal, pois acho que o jantar no dia anterior não me fez bem. E com minha mala escada à cima e a baixo. Aliás, para sair do meu quarto de manhã foram 5 andares de escada só para sair do prédio, fora os seguinte para descer até a rua. Eu estava hospedada na altura da torre da igreja. E minha mala não está leve. Já deixei algumas roupas pelo caminho, mas não aliviou muito. Mas pela primeira vez pude contar com ajuda de braços masculinos que se ofereceram para colocar minha mala no guarda malas do trem que é acima da cabeça. Pensem como é difícil.
Fico muito feliz, depois desse longo dia, apesar da chuva, de ser recebida por alguém conhecido na estação. Lá estava o Matheus com carro alugado e um guarda-chuva para me buscar na estação. Tem coisas que são muito valiosas quando se está viajando sozinha. O Matheus tem sido uma delas nesse momento da viagem.
Sozinha tenho que resolver e decidir tudo, toda hora. Aqui o Matheus reservou meu hotel. Alugou esse carro para passearmos. Sabe os lugares aonde vamos beber, comer. É bom poder relaxar por uns dias.
No dia seguinte da minha chegada fomos buscar Khristien, a namorada do Matheus, no aeroporto e partimos para um passeio nos lagos. Várias paradas. Um lugar mais lindo que outro. Começamos com um café da manhã em Sermione. O capuccino e os chamados aqui brioches (que são “croassans”) perfeitos. Repetimos. Com maça, com chocolate, com creme, com marmelada, sem nada. Café e conversa, fui conhecendo a Christien que é uma pessoa adorável.
De lá fomos para Saló, banhada pelo mesmo grande lago da cidade anterior. Nadamos. A água estava uma delícia apesar das montanhas ao fundo estarem ainda com neve. Antes tínhamos passado na “Salumeria” para comprar salame. Brincadeira, pão com presunto cru e um queijo delicioso. Adoro a língua italiana aonde podemos reconhecer facilmente os locais e às vezes soa engraçado para nós da língua “brasileira” algumas palavras, como Salumeria. Então o almoço foi na praia do lago.
Nessa cidade também tomamos o melhor sorvete! (de novo, acho que terão vários melhores sorvetes na Itália) Matheus estava dizendo que nos levaria para tomar o melhor sorvete de Saló. A namorada não sabia se ele falava a verdade ou não. Pois ele está sempre brincando. Quando, antes da primeira lambida, um Italiano aparece do nada e pergunta se aquele era o melhor sorvete da cidade. “Porque tomo mundo diz que é, mas é o mais caro.” E ele só ia pagar se dessem desconto. Ele gostou da conversa com a gente. Pois ficou numa sacanagem só. Queria porque queria saber qual de nós duas era a namorada do Matheus. E ele sacaneando o senhor dizia: as duas. Esse homem ficou doido. Ou era doido mesmo. Ou só Italiano. Ficava falando alto dizendo que o Brasil era o terror do mundo, pois as brasileiras eram o terror do mundo. “Mulheres muito melhores do que as cubanas e italianas!” Conseguimos depois de um bom tempo nos livrar do senhor.
Seguimos para outro lago, Idro, com uma vila antiga, nada turística, linda. Acima uma fortaleza militar do século XV completava a paisagem. De longe pareciam muralhas de um castelo. Todo lugar aonde olhamos na região tem esses castelos ou fortificações militares, com torres, muralhas. Isso junto com montanhas com neve ao fundo faz desse um lugar especialmente interessante para uma brasileira, como eu.
No final desse dia maravilhoso passamos no mercado e Christien foi fazer uma sopa de cenoura com mel que vai ficar na memória. Vou repetir aí quando voltar. Acompanhada de muito queijo italiano, presunto de Parma, pão , vinho e simplesmente isso. Maravilhoso!
As aventuras do final de semana não param por aí. Estou fazendo a ciesta do café da manhã no meu hotel no meio do vinhedos quando recebo a mensagem do Matheus: “Bom dia! Tudo bem se passarmos aí para irmos para montanha? Leve coisas para nadar e caminhar.” Não precisa nem dizem minha resposta. Quando conversava com a Fê em Brasília, sobre encontrar com o Matheus, ela disse, com certeza com ele você vai sempre ter um passeio de caminhada, montanha pra fazer. Fez juz a propaganda.
Só que não era uma montanha qualquer. Fomos atravessamos um lindo vale, vimos cachoeira e chegamos: aos Alpes! Um espetáculo inesquecível. 30 e poucos graus na cidade. Lá em cima muita neve mas com o tempo agradável. Em um momento estávamos com 360 graus de montanhas por todos os lados. Em algumas partes a neve descia e outras escorria como água, formando listras de zebra por toda uma montanha. Fiquei muito feliz de estar lá. Grandioso. E foi a primeira vez que estive nos Alpes!
Essa é uma viagem de primeiras vezes. Muitas inaugurações.
Vista do meu quarto meio aos vinhedos, Martarelo ao lado de Trento. Fiquei lá um dia só mas valeu muito. |
Resolvo ficar a semana em Trento. A região é bonita com muitas opções. Posso pegar um trem ou ônibus e visito cidades vizinhas. E Agora estou no albergue em quarto privado, o que faz da viagem bem mais barata. Cidades pequenas não turísticas são bemmmm mais em conta que cidades do circuito.
Além disso o Matheus e Khristien estão por aqui. Então nos encontramos para jantar, as vezes cozinhamos, o que é muito bom, pois comer fora por meses cansa. E em outros momentos como ontem chega um convite deles assim. Estamos no mercado compromando uma comidinhas o que acha de comermos ao ar livre. Adorei o convite. Então fomos para uma pracinha, linda cheia de flores, a dama da noite exalava seu perfume. Chegando lá um grupo profissional estava com a mesa posta com toalha, taças de vinho, os adultos bebendo e as crianças brincando ao redor. Já era eram 9 da noite mas estava escurecendo. Fim do dia.
Nós estendemos a canga, que eu trouxe, e tem mil e uma utilidades nessa viagem. Dica: sempre levem uma canga para onde forem. Serve para deitar nos parques e ler, descansar, tomar sol na praia, no lago, se enxugar, se proteger do frio, fazer pic-nic. Então eles tiram vários itens da sacola e comemos sanduíche de pesto com salmão defumado; melão rosa com presunto cru, cani, frutas, um queijo defumado delicioso. E lá ficamos jogados naquela grama num programa de primavera, raro para os brasileiros. Fico pensando porque não fazemos isso no Brasil. Lembro que quando pequena fazíamos pic nic no zoológico, com minha mãe, tia Con... Temos “primavera” o ano todo por aí e às vezes não desfrutamos como eles aqui. Christien disse que a primavera pra eles é como se “voltassem a vida de novo”. Acaba o inverno as pessoas saem de casa. Todo mundo está na rua.
Eu escolhi a estação certa. Estou batendo perna de cidade em cidade e todo mundo está na rua.F
Fotos do final de semana nas montanhas e nos lagos:
Fotos do final de semana nas montanhas e nos lagos:
ai q fotos maravilhosas, né? cris.
ReplyDeleteÉ Cris! Linda! Identifica os comentários para eu saber que é você da próxima vez. São os Alpes, né amiga?! Não é para menos.Lydia
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