Morando uma semana em uma rua
Minha estada da Alemanha foi rodeada de Budas. O curso foi no Osho Institute. Na rua do Instituto também ficava o prédio aonde eu me hospedei. Uma cidade inteira cabia nessa rua: restaurantes vários mais italianos do que qualquer outra coisa, pubs, mercado, padaria e um parque. Quer mais? Não precisei sair dali pra nada, passei vários dias morando naquela rua até que me aventurasse a romper o quarteirão. Era gostoso estar ali. Como éramos uns 40 no curso era comum encontrar as pessoas fora do horário do curso naquela rua. Um Hi Lydia aqui, "God Morgan" alí e parecia que eu era uma moradora antiga do bairro. Um dia fui tomar café em um lugar diferente para ver outra clientela, e encontrei um colega sul africano do curso, que me convidou para sentar na mesa dele. E ainda pagou a conta. Gentil.
Aliás, eu, ele (Rosada) e Karen também da Africa do Sul nos unimos como os "de fora" – os English Speakings. Logo no primeiro dia conheci Karen na aula de Yoga ela ficou encantada por eu ser do Brasil. Sei filho da minha idade tinha voltado de uma viagem ao Brasil encantado. Com as mulheres brasileiras, diga-se de passagem.
No dia seguinte de manhã no café Karen me apresentou Rosada. Como eles fizerem todo o curso em Cologne e tem amigos antigos do Osho que moram na cidade sabiam vários lugares gostosos para estar. Com isso ganhei: um convite para um show no café do parque, uma caminhada enorme pelos parques da cidade, que se interligam formando uma cidade verde a parte, um almoço com direito a vinho para um brinde. Foi gostoso demais ter essas pessoas por perto.
Com eles consegui comer salsichas alemãs, no último dia. Eu, porque eles são vegetarianos. Como diz Rosada "comida alemã hoje é aspargos, batata e peixe". Completo: quando tem peixe. Esse restaurante do almoço ficava em uma praça linda cheia de árvores centenárias que voltei à noite. Era sábado. Estava lotada de gente de todas as idades, sentados nas mesas dos bares, pelo chão... um estacionamento de bicicletas ao lado. Eu gostaria de ter tido tempo para ficar dando voltas de bicicletas pela cidade. Mas curti ver as pessoas de bicicleta indo para o trabalho, fazendo compras, saindo à noite como neste dia. Uma mulher chega de vestido florido vermelho até o joelho, salto alto e desce de sua bicicleta para jantar com o namorado que também vem atrás montado na sua. Sempre acho estranho andar de bicicleta de salto, mas elas seguem super confortáveis com saltos, saias e pedais.
Nesse dia fico feliz de ter encontrado um lugar assim para sair no sábado, mas estar sozinha requer uma presteza em encontrar um lugar confortável para sentar. Na praça os lugares mais gostosos estão lotados e as mesas não são para uma. Além disso, tem velas para todos os lados o que torna o ambiente muito romântico para uma mulher sozinha. Vou até o bar de tapas que seria o ideal, balcão, mesa só de apoio para o braço, lugar aonde uma sozinha não chamaria demais atenção, se misturaria fácil ao ambiente espanhol confuso. Mas não tem espaço. Então me acomodo no restaurante da frente, dentro, mas grudada em uma janela enorme para apreciar o movimento da praça. Acho uma mesa pequena alta com bancos. Essas são sempre boas para sentar sozinha, não sobra muito lugar ao lado e normalmente tem avulsos nelas.
Bem fico confortável, os garçons e garçonetes são jovens e simpáticos, quando peço para me ajudarem com o menu dizem que vão trazer o em inglês mas digo que não precisa, pois sei um vasto vocabulário alemão, "gulash" e aquela massinha que acompanha que identifico no cardápio mas não lembro a escrita para colocar aqui. Então me delicio com minha segunda refeição alemã na Alemanha. Acompanhada de um vinho rose espanhol de entrada e um italiano tinto para o prato.
Fico encantada comigo mesmo e minhas cores, o vinho rose orna com o anel coral e com minha echarpe florida em tons de vermelho que comprei no bazar na Turquia. Estou com uma coleção delas. Cada dia uma nova. E comprei as mais coloridas e leves pois o frio está indo embora e as cores da primavera e verão irão me acompanhar pelos meses que seguem a minha viagem. Qualquer roupa que se repete não é a mesma quando troco esses lindo adorno de pescoço, que tem hora que vai ao ombro, na cintura e até no chapéu.
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